quarta-feira, 7 de novembro de 2007

"Namoro no portão, por Nei Duclós Nei Duclós

Ainda existem portões e não se trata de nostalgia. O casario domina o território da nação, apesar das imagens de megalópoles feéricas e a onipresente síndrome dos edifícios. E por mais que se fale em mudança de costumes, a unidade familiar é hegemônica, com seus encaminhamentos tradicionais. Tenho visto casais grudados na fronteira entre a casa e a rua e não noto nada de diferente do tempo em que também participei desse jogo de cena, em que os corpos e mentes ensaiam uma sintonia, sob a guarda de olhos atentos. O que mudou um pouco foram as roupas. Não usávamos bonés e as meninas privilegiavam os vestidos e não as calças compridas. Diminuiu a diferença nas aparências, por força dessa uniformização ditada pelo ganho de escala da indústria de tecidos e roupas. Enquanto as passarelas exibem peças de arte, em modelos propositadamente mínimos (para que se destaque a obra), que são mais para serem vistas do que usadas, sobra por todo canto a indumentária chapada em suas leis rígidas: tênis, camiseta, casaco, blusa. Não mais o farfalhar de saias, os "

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