segunda-feira, 31 de março de 2008

Nós Estamos Aqui: O Pálido Ponto Azul

Pale Blue Dot, filme da palebluefilms, sobre texto de Carl Sagan, narrado pelo próprio autor.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Reencontro com Villa-Lobos [Estadao :: Especiais]

"Você morreria se não fizesse música? É o meu caso. Então faça. Pra quem? Pra você mesmo. Faça das tuas exigências tudo que você gostaria de ter naquela música. Se a resposta dela for positiva, ótimo, continue vivendo. Senão, tente encontrar uma resposta. Meu problema fundamental é esse." (Willy Corrêa)

segunda-feira, 24 de março de 2008

O Ato Fotográfico: Análise Comportamental [Câmara Obscura]

Eu fotografo por que preciso de arte, é uma compulsão sem combustível pra propulsão e nem é auto-retro-alimentada, é necessidade estética como alimento que sublima a sub-existência (esse é um entendimento exterior do mecanismo), preciso descobrir, alumbrar a Fotografia que pra mim não está nem na ferramenta nem no sujeito. Mas não tem objetivo prático, evolutivo, progressista, especulativo, faço isso apenas com o trabalho dos outros quando sou inquirido, e nem de longe o ato é moldado pelo entorno, suas carências ou sobras, fotografo o que se descolou do sistema de objetos, só descubro essas cenas quando também me descolo acidentalmente, é coisa minha mas não é pra mim nem pra ninguém, a fotografia me faz ainda mais faminto, não me supre, nunca me satisfaz

Lomografia [Câmara Obscura]

Ao contrário do que pode parecer, esta repetição de takes da Lomo não é mera repetição, não é uma multiplicação de certezas, de assertivas; é (ou seria) uma proposição de visualidades, uma rápida passadinha na essência, um “pegue-me se puder”. Sem certezas, sua propositura não é esclarecer a superfície das aparências, mas tocar a alma pelo desfoque, desnitidez, pela desconstrução, desenquadramento. A sabedoria talvez venha da dúvida, da confusão; aproximando-se da mãe terra e seus filhos, interagindo *desarmado* de botõezinhos, técnica e tecnologia como uma possibilidade, um princípio. Ou não ;-)

Censura à italiana! [Tramafotografica]

Acho que no planeta todo o que mais falta é humor, tanto aos produtores com aos semeadores de cultura; baseando-se na opinião dessa senhora Letizia, auto-nomeada zeladora dos bons costumes públicos, LaChapelle seria do bem por qual motivo? Humor, presumo. Se a gente olhar seu trabalho sem levá-lo tão à sério, mesmo quando sua suposta irreverência (quando trata de temas religiosos, por exemplo) tem um particular conservadorismo, dá pra engolir mesmo com bizzarices semi-grotescas.

Curadores: de onde sairam, para onde vão? [Tramafotografica]

Creio que estamos em fase de xupeta com relação à *leitura* de críticas também: quando alguém faz análise séria é tachado de presunçoso, arrogante, “traíra” da categoria e por aí vai, querem um olhar em tons pastéis quando o mundo nunca esteve tão contrastado.
Também vi curadorias tortas mas lamentei ainda mais as exposições de ótimos trabalhos auto-curados (decidos assim por n+1 motivos) que não vingaram, não repercutiram nem comercialmente nem enquanto teses visuais, isso sim é ruim pra todos e certamente tiveram a mão obtusa do produtor de imagens que saltou da aula de edição para a curadoria numa mirada só. Nada me deixa mais chateado do que ensaios expostos e não vistos de fato, sei que por mais precária que seja a montagem da exposição há algum conceito envolvido na seleção e montagem daquele espaço, o fotógrafo está dando de si algo mais do que clicar, especialmente nesses tempos digitais onde o produto final é cada vez mais feito pra exibição em monitor (até em exposições, aliás).

Quantas fotografias estão morrendo?

"realizar aqui na nossa redação as duas primeiras fotos digitais de sua vida!' é a chamada da entrevista… só alguém com muito bom humor aceita essa arapuca moleque armada por quem não faz questão de entender a diferença entre fotografia digital e fotografia feita com *câmera* digital; ver pessoas de bem constrangidas a dar seu aval às novas prioridades da indústria como crash testers dos marketeiros da e na mídia me deprime. Triste mercado fotográfico paulistano sem a Fotoptica de Desidério Farkas: comprei álbuns neste fimdi numa das suas lojas de shopping e não senti nenhum traço de hipossulfito, 1 década sem absolutamente nada de novo no front, nem sequer uma Mesbla e suas Voigtländer; ainda não temos mercado de usados decente nem temos respeito dedicado aos profissionais quanto aos lançamentos de 1ª linha. Se meu pai ressuscitasse e fosse dar uma volta na C. Crispiniano ficaria com saudades dos anos 50; e eu, que não vivi essa época, também.

Manuel Cargaleiro: O mestre que aprende com os operários

"«O grande problema da nossa época é da mensagem que os pintores querem transmitir, uma corrente destrutiva de “tu não acredites porque este mundo já não tem solução”, explica. «Não quero aqui fazer a apologia do sorriso da criança mas não aceito que me apresentem só as coisas mais desgraçadas do Mundo. Quero poder chegar a casa, ainda que deprimido com o meu dia, e olhar para coisas bonitas», salienta o artista."

quarta-feira, 19 de março de 2008

Texto de um redator desiludido

"Desista.
Se não gostou do título, desista. Quem foi que disse que não se compra
um livro pela capa? Ou que não se lê um texto pelo título? Bom, se não
desistiu, ainda é tempo. Ou quem sabe mais pra frente. Desista. Vou
repetir muito essa palavra nesse texto. Meu intuito, no final das
contas, é fazer com que você desista.
Desista." […]

segunda-feira, 10 de março de 2008

Família Real: A viagem infernal

" Em 22 de janeiro, depois de passarem 55 dias no mar, a comitiva real e escolta chegaram ao porto de Salvador – totalmente vazio, a não ser pelo atônito governador João Saldanha da Gama, o conde da Ponte. A surpresa é compreensível: embora também tivesse recebido a notícia de que a corte portuguesa estava a caminho do Brasil, o governador não contava que fosse parar na Bahia e nem sequer sabia qual era exatamente o protocolo a ser seguido; afinal, era a primeira vez que um membro da realeza pisava o solo em uma colônia. Na dúvida, Saldanha da Gama mandou todo mundo ficar em casa, em silêncio. As cenas que viu talvez não tenham correspondido às expectativas, com nobres em trajes descompostos saindo de embarcações caindo aos pedaços. "Minha pena é inadequada para descrever a situação angustiosa das pobres mulheres que superlotavam a nau", descreveu um marinheiro do Bedford."