quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

apresentação para o Grupo Obscura

Diretor de arte há 28 anos e fotojornalista há 18, na ordem que preferirem, publico o Croqui de Luz desde 2005.

Fotografo arquitetura e turismo com o olhar do cliente, restando o direito de ser autoral noutra freguesia; não para encontrar-me, não para compreender e muito menos debater, mas para ouvir e dar voz. Meu olhar é auditivo, busco os sussurros dos seres que tropeço por aí. Sequer abordo contemplativamente o que poderia ser um tema, fuço e ouço os balbucios que estão por trás da luz, tom e cor buscando o ruído onde aquele sujeito revela-se e identifica-se, fingindo uma estética que faz entender e/ou agradar a visão e a mente de quem vê. Renego e anulo-me ao máximo, até envergonho-me da técnica, mas sou limitado quanto à excluí-la, procuro somente o que uma câmera automática do século XXI deveria fazer quanto ao click correto, significativo; a matéria compele meu ato fotográfico, atribuo plasticidade e até metalinguagem para iludir e elipsar o conteúdo para que no cerne de cada um encontre-se a carne viva das naturezas mortas numa instância além da imagem.

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