segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Avani Stein na Ímã

Start:     Nov 13, '12 8:00p
End:     Jan 19, '13 5:00p
Location:     Rua Fradique Coutinho 1239 - São Paulo/SP
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Jam Stein – Jazz aqui é rave

            A arte de Avani Stein rompe a incômoda linha divisória - imaginária, que separa a Fotografia da Arte Contemporânea.
            Avani abandonou o fotojornalismo de qualidade já nos anos 90 - quando era comparável à Maureen Bisilliat e à Claudia Andujar - para abraçar as artes com recursos que dessem vazão, ao seu incontrolável desejo expressivo.
            A fotografia foi, assim, apenas um, entre os muitos elementos, suportes e materiais que constituem sua obra vasta e diversificada. Além de imagens selecionadas de seu baú de fatos e lembranças, Avani utiliza canetas hidrográficas, tintas várias, estiletes, agulhas e interfere com linha, borda, costura e arranha a imagem como quem cuida de feridas, como quem constrói patchworks e infesta com micróbios da fuzarca a imagem desinfeta.
            Mas a arte de Avani Stein, originada no campo da Fotografia, não se curva à arte de escrever com luzes, contamina a mídia, fere o corpo do papel e subverte o ‘mundinho careta’ da fotofashion.
            Se suas paisagens, naturezas semi-mortas e personagens maculados constituem uma galeria de frames fantasmagóricos, a arte vasta de Avani adquire também climas de arte tecida, de mundos bordados e entrelaçados em construções ‘penelopianas’ que a aproximam de artistas – que eu me lembro agora - como Louise Bourgeois (Fr 1911- US 2010), Sheila Hicks (US 1934) e Artur Bispo do Rosário (Br 1911- 1989) – os dois últimos presentes na #30bienal de São Paulo), colocando-a à nível de grandes nomes da arte contemporânea.
            Com longa trajetória no campo da imagem, Avani Stein acumula décadas de vida e arte em obra singular e, ao mesmo tempo, templo da compulsão e da devoção, do engenho, da poética dos retalhos e dos pontos em cruz.
Avani Stein, não obstante, aceitou o desafio proposto por Egberto Nogueira e produziu série de trabalhos especialmente para esta mostra, com suas improvisações aliadas a grandes gênios do jazz, paixão de tantos entre nós. Em suas mãos encantadas, com processos ácidos que penetram fundo e sensualmente a pele dos retratos, estão manjares visuais a partir de fotos icônicas de Thelonius Monk, John Coltrane, Milles Davis, Nina Simone e Billie Hooliday, entre outros, no melhor estilo Warhol.
            Avani deu assim - de corpo e alma - asas aos seus delírios, aos nossos delírios e improvisos, para oferecer uma coleção que aproxima todas as paixões. Mas, o fascínio maior desta exposição é presenciarmos esta jam session muito além das imagens referentes, na qual a arte de Avani Stein se reinventa a cada novo dia, a cada nova manhã.


por Paulo Klein
Fotógrafo e Crítico de Arte — Association Internationale Des Critique D’ Art, Paris — Associação Brasileira de Críticos de Arte, SP


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As novas fotos impossíveis de Avani Stein

            Acreditem ou não, Avani Stein já teve quatro vidas. Na primeira vida Avani é uma jovem judia do Hashomer Hatzair. Um movimento de esquerda rumo a Israel, comportamento espartano e anti burguês.
            Na segunda vida, Avani é uma dona de casa burguesa casada com um industrial cercada de criadas e que jamais coloca o pé na cozinha. Nem tem nada a fazer.
            Na terceira vida, ela troca o marido industrial por um repórter desempregado alguns anos mais novo que ela. Nasce a Avani fotógrafa. Suas fotos são capas dos jornais mais badalados do Brasil: Folha de S. Paulo e Jornal da Tarde. Ela é reconhecida por seus retratos em preto e branco. É disputada pelas publicações. É a fotógrafa das fotos impossíveis.
            O Paulo Patarra e o Hamilton Almeida Filho queriam uma foto do Zé Bétio, o homem do chapéu, para o primeiro número de Repórter 3, em 1978. Missão para Avani. As palavras mágicas que a mobilizaram. “Ninguém jamais fotografou o Zé Bétio. Ele não deixa. É muito feio. Será que você consegue?” Ela foi atrás com a ideia fixa de fotografar o que era proibido. Entrou no estúdio da Rádio Record, aproveitou um momento de distração e deu o click fatal. Ele reagiu, tentou agarrar, exigiu o filme de volta. Avani entregou. Mas o filme velado. A foto saiu com a legenda em letras garrafais: furo jornalístico. Depois o homem do chapéu ficou amigo de Avani, convidou para jantar na fazenda. As fotos também podem ter duas versões? Podem. Avani descobriu que podem.
            Na quarta vida ela rompe com o jovem e talentoso repórter para recuperar a sua identidade. As fotos não são apenas registros. Agora, elas têm marcas, riscos, tinta, raiva, doçura, paixão. Duas ou mais versões.
            BARDI NO CHÃO – Não a vejo há anos, ela é ainda a mesma. Usa aqueles óculos que se transformam em seus olhos, é mignon e fala gauchês, esse idioma que não é falado, mas cantado. Linda, bela, gostosa – eram três palavras que podiam ser aplicadas a ela. E a quarta e quinta: puta fotógrafa! Imprevisível. Um dia, o Pietro Maria Bardi a agarrou pelo braço e saiu correndo com ela num espaço do MASP. A certa altura, ela brecou e ele se esborrachou no chão! Na Praia da Ferrugem Avani se encontra com o que faz de melhor. “Trabalhadora e criadora” é como ela gosta de ser chamada por ela própria.
            Avani mergulha nas fotos como numa espiral do tempo. Produz em estado quase febril dezenas de trabalhos que elabora mediante uma nova técnica que ela criou. Por meio dela, Avani faz desaparecer o real e coloca em seu lugar a fantasia desenfreada. Produz, desde 1995, os trabalhos agora exibidos em conjunto, pela primeira vez, na exposição da Ímã Foto Galeria. As novas fotos impossíveis de Avani Stein.


por Alex Solnik
Jornalista


A Ímã Foto Galeria apresenta exposição da fotógrafa e artista visual, Avani Stein
'Poética dissonante' é o nome da mostra que Avani Stein abre dia 13 de novembro terça feira, as 20 horas na Imã, com show ao vivo da blue note years

˙ · Ao todo 36 obras serão apresentadas nesta exposição.
A abertura dia 13 de novembro conta show da Blue Note Years. Contemplando os grandes clássicos da gravadora Blue Note, o grupo revive os anos 50 e 60, época de ouro do jazz e de seus grandes ícones, com temas de: Lee Morgan, Thelonious Monk, Cedar Walton, entre outros. Formação: Cássio Ferreira (saxofone), Lupa Santiago (guitarra), Thiago Alves (baixo acústico) e Vitor Cabral (bateria).
Dia 23 de novembro, sexta feira as 20 horas mais uma apresentação musical com Vitor Cabral & Convidados. Vitor Cabral, baterista que já dividiu palco com Ed Motta, Hélio Delmiro, Roberto Sion, Bocato, Filó Machado, entre outros, convida Marcos Romera (piano) e Karlãum Bonitátibus (baixo), dois grandes músicos que tocaram com Wilson Simonal para apresentar um repertório especialíssimo de samba-jazz.

Coleção Avani Stein “Poética Dissonante“
Abertura p/convidados: dia 13 de novembro as 20h
Ímã Foto Galeria
Rua Fradique Coutinho 1239, Vila Madalena
De 21 de novembro a 20 de janeiro 2013
Horário: de segunda à sexta das 10h às 19h e sábado das 10h às 17h
telefones: 99685-7688, 3816-1290 e 2594-3687, e-mail


Fonte: Egberto Nogueira


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IMAGENS da EXPOSIÇÃO "Poética Dissonante"
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